sexta-feira, 7 de setembro de 2007

10 - ADENDOS



Campos dos Goytacazes, 15 de setembro de 2007.
Quando comecei a criar esse blog abri um espaço a mais em relação ao meu trabalho, com o objetivo de colocar aqui comentários posteriores à pesquisa realizada. Parecia intuição, não fosse o fato de que a única cooperativa de mulheres-doceiras havia fechado há algum tempo. No corre-corre diário, e na resolução de trabalhos acadêmicos, o tempo fez com que eu deixasse de ler jornais e ficasse inteirado dos fatos.
Lamentavelmente, depois de um ano, é que fiquei sabendo que uma das pessoas mais importantes desse trabalho, e personagem principal do meu vídeo-documentário, falecera.
Por isso, resolvi prestar aqui uma homenagem a essa mulher-guerreira que lutou de todas as formas para dar ao município um diferencial, em relação à cultura e ao turismo.
Vera Louback, desejou levar adiante seu projeto, e dar a tantas mulheres que detêm a arte e o conhecimento de fabricar um dos doces mais requisitados em todas as festas de casamento, o chuvisco, um futuro mais promissor.
Portanto nesse espaço fica o registro e a gratidão de quem um dia a conheceu, sem saber que no futuro ela seria tão importante para mim.
Conheci Vera Louback quando trabalhava para o Jornal A Cidade. Lembro claramente daquela mulher que entrava na redação do jornal e conseguia atrair a atenção de tantos homens e jovens, compenetrados em digitar as matérias que seriam veiculadas pelo jornal, e também pela carga de tensão das horas que precediam o fechamento do jornal.
Com seu vozeirão e seu jeito alegre, brincava com todos, mesmo com os desconhecidos, como eu, que mal haviam entrado para o jornal. E era com essa alegria esfuziante que ela nos deixava, mas o clima já não era mais o mesmo, era mais leve, descontraído, mesmo diante dos momentos cruciais do jornal.
Uma piada aqui, outra ali, era assim que ela nos alegrava. Não me recordo de um dia te-la visto entrar de outra forma, com o semblante fechado ou sisudo. A alegria era sua marca.
E foi com enorme satisfação que anos mais tarde tive o prazer de estar com ela, obtendo tantas informações para esse trabalho.
Vera, se foi. Curiosamente, foram-se também os seus sonhos, as suas lutas, suas realizações. A cooperativa de doces, pela qual ela gastou toda a sua energia, enfim, sucumbiu a sua ausência e a sua tenacidade de lutar por dias melhores.
Fica aqui o meu apreço. O meu respeito, a minha gratidão por alguém que conheci, e lutou tanto para ajudar tantas famílias, e este pesquisador.
(Vera Louback, * 00/00/0000 + 04/10/2005).


Campos dos Goytacazes, 7 de setembro de 2007.

Esclareço que este foi o primeiro trabalho de pesquisa acadêmica realizado por mim na Faculdade de Filosofia de Campos. Não havia tido até então aulas sobre metodologia científica, e desconhecia o fato de que deveria contextualizar a pesquisa com os estudos de Luiz Beltrão sobre a Folkcomunicação. Fato que só aconteceu com as pesquisas seguintes, como as do Carnaval, Santo Antônio, as Reminiscências e a de Zé Gamela.
Neste site está a íntegra original do trabalho, salvo este capítulo ADENDO, que resolvi criar apenas para explicar alguns pormenores do referido trabalho.

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